CONFABULAÇÕES NOCTURNAS
Creio, - alguém afirmou -, que a religiosidade e a fé dos
homens têm sido transmitidas ao longo dos séculos sob diversas formas, entre
elas, por atavismo. Ou seja, a reaparição, em gerações recentes, de
características religiosas vindas de antepassados e que não se tenham
manifestado nas gerações intermédias, este ressurgimento ideológico ou
religioso é particularmente provocado pelo medo. Sim,
falo do medo, como sentimento irracional e não do medo, como
prevenção racional de possíveis acontecimentos, ou do medo convencional que não
passa de uma máscara sendo habitualmente simulada sobre a capa de frases
amáveis Todo o recrudescimento da coragem generalizada perante o terror, serve
para aumentar a religiosidade e consequentemente a afoiteza entre os seus
acólitos e pregadores. É imperativo que a sociedade divulgue a coragem para
humanizar o homem.
Assim sendo, devemos seguir a natureza humana, porque os
nossos impulsos e desejos constituem o material de que é feita a nossa
felicidade
Essencialmente por isso, recuso-me a admitir que, apesar da
necessidade de o Homem ter de agir como um animal social, seja esta
obrigatoriedade tão despótica, que o obrigue a “aborregar-se” e a “borrar-se”,
perante todas as determinações que lhe são impostas.
João Filipe “Conversas sem sentido”
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