"Os tipos contemporâneos são aqueles em que o eu se
encontra ausente; por conseguinte, não agem insconscientemente no sentido
próprio do termo; limitam-se a reflectir traços objectivos. Em conjunto,
participam neste ritual insensato, adoptando o ritmo compulsivo da repetição, e
crescem afectivamente pouco: a demolição do eu reforça o narcisismo e as suas
derivações colectivas."
"Um protesto perplexo de inocência é sempre acompanhado
por um sentimento kafkiano indeterminado de culpa «abstracta», sentimento
segundo o qual, aos olhos do Poder, sou a priori terrivelmente culpado de qualquer
coisa, embora não me seja possível saber de que sou ao certo culpado, e por
isso - por não saber do que sou culpado - sou mais culpado ainda; ou, mais
exactamente, é na própria ignorância aqui em causa que consiste a minha
verdadeira culpa."
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