CONVERSAS NA TABERNA
No interior do bar, ouviram-se umas pancadas secas numa das
mesas na esplanada, fui ver, algo desavindo com o trabalho. Dois avinhados
pegamassos espanhóis, hidrópicos, um completamente calvo com olhos verdes,
húmidos e lacrimejantes, o outro, adunco, e testa larga, esbarrigados e
pândegos parecendo caricaturas de Goya, e acastelhanando um português
macarrónico reclamavam “dos cafés” um “cortado” e o outro com “leche”.
No regresso ao bar, ouvia-se na televisão, um celebérrimo
articulista desportivo, arengando de forma séria e grave, sobre a questão
filosófica do futebol nacional, mais parecendo, o dito e sublime orador, querer
explicar uma intrincada e espinhosa tese cientifica.
Sorri e comentei com os meus botões: Para quê tanta “merda”,
não será que a questão filosófica do futebol é tão simples como a bola entrar
ou não entrar na baliza?
CONVERSAS SEM SENTIDO
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