EM HOMENAGEM AOS VELHINHOS DA TRETA,BENQUERENÇA
(vocês sabem o que eu digo ! )
Ah, a grande época “Beatnik”.
Livramo-nos de uma nevrose, mas não atingimos a cura. Nunca consegui sarar as
minhas feridas, após esta altura. Eu dancei na intemporalidade da minha própria
vida entre os vivos e os mortos. Minucioso e comedido no inverno, no consumo de
parcas migalhas de alimento, capazes de assegurar a minha sobrevivência. E uma
capacidade altíssima no plano cósmico, de dar luz à noite.
Hoje, essa mesma noite reclama a sua parte tenebrosa, o seu
direito ao silêncio e á obscuridade. Não me resta mais nada destes tempos
mágicos de solstício que me libertaram de tudo, que tenham a habilidade ou
melhor dizendo a idoneidade de derramarem este meu “savoir-faire” nas crianças
para que elas assim, ainda possam desta vez e por uma vez, transpor este terrível período
de escassez de Inverno e esperar a passagem da Páscoa.
Nós, acreditamos que somos seres racionais, mas não seremos
nós, bonecas de trapos, marionetes no meio do obscurantismo profundo dos
grandes mitos?
Conversas
sem Sentido
João Filipe
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