quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

EM HOMENAGEM AOS VELHINHOS DA TRETA,BENQUERENÇA
(vocês sabem o que eu digo ! )

 Ah, a grande época “Beatnik”. Livramo-nos de uma nevrose, mas não atingimos a cura. Nunca consegui sarar as minhas feridas, após esta altura. Eu dancei na intemporalidade da minha própria vida entre os vivos e os mortos.  Minucioso e comedido no inverno, no consumo de parcas migalhas de alimento, capazes de assegurar a minha sobrevivência. E uma capacidade altíssima no plano cósmico, de dar luz à noite.
Hoje, essa mesma noite reclama a sua parte tenebrosa, o seu direito ao silêncio e á obscuridade. Não me resta mais nada destes tempos mágicos de solstício que me libertaram de tudo, que tenham a habilidade ou melhor dizendo a idoneidade de derramarem este meu “savoir-faire” nas crianças para que elas assim, ainda possam desta vez  e por uma vez, transpor este terrível período de escassez de Inverno e esperar a passagem da Páscoa.
Nós, acreditamos que somos seres racionais, mas não seremos nós, bonecas de trapos, marionetes no meio do obscurantismo profundo dos grandes mitos?

            Conversas sem Sentido

João Filipe

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