quinta-feira, 30 de julho de 2009



Uma das grandes invenções do século XIX, a escola pública e o trabalho até então feito, foi destruído no nosso século por falta de capacidade de aproximar as crianças da leitura. Para que tudo isto acontecesse, contribuíram diversos factores nos processos utilizados: a absurda formação da maioria dos professores; a repulsa sistemática por parte dos interlocutores pelo trabalho duro; e a excessiva afeição aos aparelhos electrónicos.
Durante o último estádio de decadência escolar tanto na Europa como nos Estados Unidos da América os reparos voltaram-se para a «família» e os pais foram culpados pelo estado da situação, e acusados pelo pouco envolvimento no trabalho escolar dos filhos, no desconhecimento total ou parcial das suas actividades lectivas, e a ausência nas relações e conhecimento dos professores, insurgindo-se por fim com adversidade, quando as proles eram admoestadas. Era essencial que fizessem parte da instituição e não fracção a excluir, devidamente sustentados e apoiados pelo Estado.
Perante todos estes insucessos e desgraças era inevitável perguntar o que era efectivamente a família nestes tempos demóticos?
O movimento revolucionário sexual dos pós guerra mudou completamente o panorama, e alterou visceralmente o conceito dos «valores familiares». Sem ter desaparecido a forma de união tradicional (casamento católico), as cambiantes antes inusitadas começaram a proliferar graças aos «média» e aos «audiovisuais» e às necessidades cada vez mais opressivas do «nível de vida»: famílias em que tanto o homem como a mulher tinham que trabalhar; famílias monoparentais; em que o chefe de família podia estar desempregado ou em risco de ser exonerado do seu trabalho; famílias com crianças de pretéritos matrimónios; casais de homossexuais com crianças perfilhadas ou filhos de um deles. Para tudo isto a solução encontrada foram: as creches; as misericórdias e os tão aconchegados orfanatos quando visitados pelas câmaras de televisão e frios e desumanos o resto dos outros dias.
Perante este cenário, era difícil adaptar horários desenvolver afectos e competências para gerir uma ligação estreita entre educandos e educadores tornando-se uma empreitada avassaladora, mesmo quando os obstáculos da pobreza e da iliteracia não eram tidos em conta. O resultado foi que as crianças não encontraram na família, força moral que os apoiasse nem adquiriram boas práticas de relacionamento com o próximo e muito menos com os educadores, engrossando o número de crianças com menos de 10 anos a consumirem drogas e se organizarem em bandos para efectivar roubos, ou cometendo os tais «crimes sem sentido e que enchem os espaços informativos dos telejornais, reflectindo a falta de consciência moral. Rapazes e raparigas confederaram-se em bandos com regras rígidas e estreitas.
Foram ELES e não os primeiros-ministros que reinventaram os governos, e quando acrescentaram a este fanatismo algo de satânico não deslindaram a religião mas redescobriram com certeza o ritual. Outros bandos ainda mais numerosos e executores de «graffitis» «borraram» os muros e as praças clássicas; representações vivas da nossa história, seguindo o rumo da arte descartável e predispostos e talhados a eliminar e destruir: o meio, o método e a cultura.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tempos Demóticos

No século passado, muitos povos tornaram-se comunistas e os nomes oficiais que adoptaram sugeriam com frequencia que eram novas «democracias» que vinham juntar-se às do Ocidente.
Os lideres do momento enalteciam o «governo do povo» mas as eleições e assembleias desses novos regimes eram uma farsa. E, há que acrescentar, nem os países ocidentais mereciam a conotação de "democráticos".
DEMOCRACIA significa governo de todo o povo: uma reunião onde toda a comunidade debate e vota. Jamais se verificou tal coisa. O nome correcto, quando merecido, deveria ser «governo representativo». Por efeito de uma escorregadela de semântica,«democrático» viria ser utilizado a trouxe-mouxe.
O sr. Primeiro Ministro, José Sócrates fala como único representantante da «esquerda democrática». O que é isso?
Uma sopa de politicas sociais misturadas com neo-liberalismo?
Seria ««democrático» proibir os Portugueses de referendar o «tratado de Lisboa»?
Única forma objectiva e legal de praticar a tal «democracia» de que tanto se arrogam e jamais a põem em prática.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tempos Demóticos II


Hoje, somos bombardeados minuto a minuto por publicidade enganosa e tentadora sem que para isso o estado tome medidas reguladoras.
Uma vez que a tecnologia comanda e superintende a produção é necessário manter os estímulos e os incentivos, renovando nova e velhas paixões, sublimando os desejos dos ricos serem mais ricos e os pobres ocultarem a sua escassez, incutindo neles uma sensação contínua de privação, havendo sempre novas necessidades, novos medicamentos facilmente ingeridos para novas e velhas doenças, nocivas à estética ou ao comportamento. Coagidos e espicaçado pôr estes estímulos, os gastos levam a um estado de perpétuo endividamento.
Funcionando como um analgésico e um sedativo, poucas vozes discordante se levantam perante a «sociedade de consumo», parecendo algo animalesca na sua obsessão de satisfação dos desejos físicos. O consumidor pode reclamar e até se insurgir convocando grandes manifestações mas o «nível de vida» é um agente oficial de opressão.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tempos Demóticos III



Quanto à paz e à guerra, a primeira era o ferrete que diferenciava o Ocidente do resto do mundo.
As leis de Bruxelas coadas por países como a Alemanha, a França ou a Inglaterra e as prescrições de Washington, arquitectaram uma confederação informal. Bem-aventuradas e afortunadas, dispondo de um armamento bélico ofensivo e esmagador, enquanto proibiam outros de se armarem mantinham dentro das suas fronteiras um respeito inexorável pela lei. Decidiram entre si e caso os seus interesses financeiros não fossem molestados que partidos e povos se gladiassem e se aniquilassem até à exaustação e sobre as cinzas de Fénix reconstruíssem novos programas.
Ao fim de algum tempo o intelecto ocidental viu-se atacado por uma maldita calamidade: O TÉDIO. O ataque foi tal que as pessoas, enfastiadas e enojadas por este disfarçado entretenimento e encabeçadas por um restrito grupo de homens e mulheres de mentes iluminadas, impuseram uma REVOLUÇÃO. Renovando uma IDEIA. Estes bravos e audazes humanos começaram por analisar os vetustos alfarrábios, assinalando e reescrevendo, indicadores de uma vida mais plena e total.
Reavivaram em todos os espíritos obras de arte amaldiçoadas há muito tempo por serem tidas sem qualquer vantagem ou conveniência. Assim, estimularam e reacenderam o orgulho0 e a inspiração nos rapazes perspicazes e prodigiosos a ventura inexplicável de ESTAR VIVO.

VIVA A REVOLUÇÃO