AS ORIGENS do VALE de LOBO
As origens do Vale de Lobo remontam à idade pétrea, confirmados após vestígios encontrados na serra d'Opa, localizados a 1km para norte do Santuário da Senhora da Póvoa e a 1,5km para noroeste do Vale de Lobo a uma altitude de 703 metros. Os materiais encontrados são todos de cerâmica, não se tendo achado nem materiais líticos nem de metal.
Com a chegada da idade do bronze e a consequente idade do ferro movimentou povos (a Hispânia surge, ao eco memorial do Oriente, como a terra segredo, a terra oculta, cheia de metais. Povos do Levante viajam para este cume da Europa, antes da era cristã entre eles os Fenícios prenhes de antiguidade. É provável que procurassem a Terra Grande, a verdadeira «Span», a terra ocultada «Atlântida», que mais tarde se julgou corresponder ao Continente Americano), e ao sedentarismo dos povos autóctones, opõe-se o dinamismo de outras culturas: Celta e Romana que atingiram na sua terra certo grau de orientação e de necessidade, mas que, por diversas razões, ou gastaram os recursos necessários, ou carecem de maior volume, os quais vão procurar noutras regiões.
Os Celtas povos Indo-europeus viajaram do Norte e centro da Europa estabelecendo-se na península a Norte do rio Tejo, por volta do quinto século antes de Cristo, tomando várias designações consoante as regiões que ocuparam, sendo a região do Vale de lobo ocupada por «Vetões», sub-denominados «Gallus e Amoena».
A sua assimilação com os povos aborígenes foi pacíficas, dado estarem disponíveis a uma sociedade rural que os obrigava ao sedentarismo enquanto outras migrações (Romanos…) vinham `procura de bens transportáveis. Eram monoteístas, cuja divindade era uma díade entre Deus e a Natureza sendo a ultima representada de diversas formas (carvalhos, castanheiros ou encruzilhadas de caminhos) e os aldeamentos (castros) estabeleciam-se em montes e planícies, encostas soalheiras, em termos abastecidas de terra arável de bosque e de floresta, perto de rios ou de mananciais de água. À sua volta estendiam-se os «baldios», o espaço vital da população que fazia agricultura, pecuária caça e pesca nunca todo o ano, «de fio a pavio». A população dos «castros» era conservadora, visava proteger o património natural em que garantisse a subsistência. Nos «baldios pastava o gado e cavavam-se as hortas e terras de semeadura e na floresta escondiam-se os animais selvagens que tanto serviam de motivação às fábulas, como de alimento em certos dias do ano. Era uma sociedade comunitária em que a propriedade privada existia quanto aos objectos mas em que os elementos da Natureza (terra, fogo, água e ar), eram comuns.
Dados recolhidos da obra de José Manuel Landeiro «O Concelho de Penamacor» afirma que o secretário do Hospital de Santo António, António Fonseca encarregado de dirigir as obras efectuadas no recinto da ermida da Senhora da Póvoa ter encontrado no subsolo do dito recinto restos de muralhas de dois metros de espessura, e aos olhos de Cristóvão Aires parece se tratar das ruínas de um castro outrora existente.
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