sábado, 20 de setembro de 2008

Pobreza


Pobreza


Hoje com a globalização dos mercados e a consequente liberalização das políticas, o «estado social» vai-se definhando e o terrorismo alastra de braço dado com os crimes violentos e os assaltos à mão armada.
Os governos ocidentais para debelarem a situação «bigbrotherizarão» a sociedade, fazem uso da repressão a qualquer titulo, esquecendo as liberdades individuais do ser humano e as suas verdadeiras necessidades,
O problema é de fácil diagnóstico, reside nas assimetrias sociais cada vez mais acentuadas e a miséria latente das classes inferiores.
É na pobreza dos mais desprotegidos e no se constante endividamento, que reside o busílis da questão.

A POBREZA É A MAIOR DESGRAÇA DAS SOCIEDADES!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Serra da Malcata


Serra da Malcata


Perdida no interior profundo da Beira Interior, a serra da Malcata não obstante a beleza da configuração do relevo desgastado e arredondado pela erosão, e a grande diversidade floral, continua a ser um tesouro escondido quer para as populações locais seja para os visitantes, em virtude das faltas de acessibilidade e os critérios pouco claros do I.C.N. (instituto da conservação da natureza).
Gente há, que torneando estes obstáculos desenvolvem incursões dignas de registo: em noites de tempestade, vão ouvir os sete ventos, que guardam os Sete Concelhos e dormir na calmaria do Major perante o consentimento da Ventosa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mefistofalando

A Mocidade Propõe, a Maturidade Dispõe

É função da mocidade ser profundamente sensível às novas ideias como instrumentos rápidos para dominar o meio; e é função da idade madura opor-se tenazmente a essas ideias ; isso faz com que as inovações fiquem em experiência por algum tempo antes que a sociedade as ponha em prática. A maturidade atenua as ideias novas, redu-las de modo a caberem dentro da possibilidade ou a que só se realizem em parte. A mocidade propõe, a maturidade dispõe, a velhice opõe-se. A mocidade domina nos períodos revolucionários; a maturidade, nos períodos de reconstrução; a velhice, nos períodos de estagnação. «Dá-se com os homens», diz Nietzsche, «o mesmo que com as carvoarias na floresta. Só depois que a mocidade se carboniza é que se torna utilizável. Enquanto está a arder será muito interessante, mas incómoda

(Will Durant, "Filosofia de vida")


Quem tem olhos que veja!
Quem tem ouvidos que ouça!
O tempo urge!


INSCREVAM-SE

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

CALHAMEIRO


Muito antes dos habitantes da Benquerença se apelidarem de «cágados» (finório, manhoso, pessoa sem palavra, sem qualquer ligação ao nobre animal da família das tartarugas terrestres e de água doce), adjectivo pejorativo atribuído pelo padre César Godinho, então pároco da freguesia a António Correia, plutocrata da aldeia e aos seus acólitos, corria o ano de 1913 pelo trama que lhe moveram, chamavam-se «Calhameiros».
Dr. Jaime Lopes Dias (filho do professor José Lopes Dias nascido e formado na Benquerença) na sua obra «Etnografia das Beiras», disso nos dá conhecimento, tal como os habitantes mais idosos da aldeia portadores do saber empírico, transmitido geracionalmente.
Depois de apurada investigação, leva-me a crer que a palavra «Calhameiro», derive por evolução popular da palavra «cânhamo»; planta canabínea usada no fabrico de fibras têxteis, e por similitude com o «linho», planta herbácea da família das línáceas, também produtora de fibras têxteis, o substantivasse.
Por conseguinte «CALHAMEIRO», era aquele que trabalhava o «cânhamo», melhor dizendo o que manuseava o «linho». Daí a alcunha.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cágados

CÁGADOS
A alcunha por que hoje são conhecidos os habitantes da Benquerença (concelho de Penamacor), teve origem num conflito existente entre o pároco da aldeia, padre César Augusto de Oliveira e Silva Godinho e o plutocrata António Correia em 1911, desencadeado por uma revolta popular, dia do Sagrado Coração de Jesus, quando efectuaram a procissão pelas ruas da aldeia sendo estas proibidas pelo Governo Provisório, que tinha então decretado a expulsão dos jesuítas, proibição das procissões fora dos perímetros das igrejas, estatização dos bens do clero, e proibição do uso público de vestes religiosas.
A explicação dos factos relatados pelo Pároco em 1913:
«No último dia do ano de 1913 dera-se na Benquerença um motim popular.
Celebrava-se a festa tradicional do Sagrado Coração de Jesus, combinada com poucos dias de antecedência para aquele dia por ser voz corrente que fechavam as igrejas.
Na véspera fora o Padre com os Mordomos à administração do concelho saber se poderia fazer-se a procissão onde foi notificado pelo secretário de que o patrono daquela festa, havia sido o santo mais excomungado pela Republica (não havendo licença para as suas procissões), resolveu fazer a solenidade só dentro da Igreja sem falar no caso ao Sr. Administrador, que escusaria de o apelidar de jesuíta ou reaccionário.
Ao outro dia porém o povo amotinado, desobedeceu às minhas ordens repetidas tanto no altar como no púlpito, e saiu com a procissão apesar dos meus esforços dos conter e dissuadir.
Nisto apareceu-me na sacristia um vogal da comissão paroquial que já há tempo me andava provocando, tornando-me responsável com maneiras insolentes por tudo o que se estava passando.
Prevenindo qualquer cilada mandei imediatamente ao Sr. Administrador do concelho o seguinte oficio a informa-lo do que se tinha passado.


Exmo. Sr. Administrador do Concelho de Penamacor.





Julgo do meu dever dar conhecimento a V. Exa. de uma alteração da ordem pública ocorrida hoje nesta freguesia e dos seus verdadeiros provocadores.
Fazendo aqui anualmente a festa do Sagrado Coração de Jesus resolveu-se em vista de não se concederem licenças para tais procissões, fazer-se só a festa dentro da Igreja, se o regedor não tomasse a responsabilidade da procissão visto serem eles quem agora regularizava o culto externo das freguesias pela última portaria do ministério da justiça.
Consultado pois pelos mordomos, o regedor respondeu que não se importava que o fizessem ou deixassem de fazer, mas que não tomava a responsabilidade, eu que muito menos a podia tomar avisei o povo na Igreja por duas ou três vezes que a procissão não saía por não haver licença
Já retirado para a sacristia, senti a agitação na Igreja sendo com espanto que vi o povo tentando desacatar às minhas ordens, e às do regedor que cá fora tentava também impedir.
Agarrei-me então aos pendões, tentei fechar as portas da Igreja, fiz com que apeassem algumas imagens dos andores e recolhessem outros para a sacristia, esforcei-me particularmente para que impedissem o movimento (como é testemunha o povo inteiro) e, não conseguindo sufocar o motim, nem aplacar os ânimos retirei-me descoroçoado para a sacristia. Em seguida rompe pela Igreja a dentro o Sr. António Correia com o boné na cabeça e o Santíssimo ainda exposto (excitando mais os ânimos) e vai direito à sacristia tornar-me responsável pelo que acabava de passar-se.
Não o reconhecendo como autoridade toda a gente tem esse senhor pelo mais responsável pela atitude subversiva da povoação e por tudo o que se passou…»



Perante este situação o Padre César apelidou de «cágados» (cujo significado quereria dizer; manhosos ou finórios) o Snr. António Correia e todos os seus acólitos pelo trama, contrariamente aos sentidos porque hoje todos os Benqueridos são apelidados, por ser uma população ribeirinha, e dispor de grandes quantidades de água.